O que a Bíblia tem a dizer sobre as crianças!

Ao estudar a Bíblia, encontramos mais de 1.400 referências às crianças. Em certa situação os discípulos discutiam sobre quem seria o maior no Reino de Deus (Mateus 18.1-14). Jesus interfere colocando uma criança no centro das atenções e usando sua figura para ensinar-lhes sobre os valores corretos desse Reino.

“Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.” Através desta fala, Jesus dá voz às crianças e as torna sujeitos ativos, das quais podemos aprender e ter uma melhor compreensão de Deus e do seu Reino.

Para conseguirmos aprender das crianças, é preciso abrir mão do que chamamos de “adultocentrismo”. Isso é a dominação por geração ou idade que leva à negação do potencial das crianças em nos ensinar. Isso se expressa nas seguintes concepções:

- Invisibilidade das crianças: crença de que alguns assuntos “não são para crianças” e por isso elas precisam permanecer silenciadas e não consideradas;

- Vulnerabilidade das crianças: crença de que são frágeis e inexperientes devido a suas poucas e fracas vivências;

- Incompetência das crianças: crença de que não possuem habilidades e capacidades e por isso não são consideradas como sujeitos capazes de fazer algo no hoje, mas apenas no futuro.

As crianças são aquelas que se aproximam de Deus com mãos vazias, sem nada a oferecer, humildes. Não estamos falando de conhecimento intelectual, pertencimento institucional ou comportamento ético, mas de um reconhecimento de sua pequenez e dependência de Deus. Receba o Reino como faria uma criança: com expectativas, aberto à surpresa, ao descobrimento e não predeterminando cada detalhe; confiando, não controlando; com desavergonhada dependência, não com autonomia e autossuficiência. Somente ao assumir esta postura, numa lógica de desprendimento de poder, poderá o ser humano vislumbrar outra forma de viver e ser bem-vindo no Reino de Deus.