A saúde mental e a socialização Como o convívio social pode auxiliar no tratamento de transtornos me
- Deise de Souza da Costa | Socióloga/Especialista
- 7 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
O tema saúde mental tem estado em pauta nos últimos anos. Tanto a população tem buscado mais informações, quanto os meios de comunicação e os sistemas de saúde têm trazido para o debate a questão de olhar para além da saúde física. No entanto, é notável o aumento do sofrimento psíquico em nossa sociedade. Os motivos são diversos: sociais, políticos, econômicos, pessoais e profissionais.
Discutir questões de cunho coletivo e social é de extrema necessidade para a compreensão da saúde mental, pois estes afetam significativamente a condição psicológica dos indivíduos, uma vez que somos seres sociais e construímos relações cotidianamente com outros seres humanos. Neste ponto, é preciso trazer o conceito de clínica ampliada, que se trata de uma metodologia de inserção e intervenção social para o tratamento de pessoas com transtornos mentais.
A história da psiquiatria nos mostra que o isolamento do dito “louco” em instituições totais (FOCAULT, 1975), como hospícios ou instituições penitenciárias, não contribuíam para a melhora dos sintomas das doenças psíquicas, apenas excluía os sujeitos da vida em sociedade permanentemente e muitas vezes prematuramente. Este isolamento inclusive piorava o quadro dos pacientes, tirando o desejo e a humanidade dos indivíduos.
Com a lei da reforma psiquiátrica de 2001 n°10.2016 (apesar de o movimento antimanicomial ter seu início em meados de 1990), foi determinado que o tratamento de pessoas com transtornos deveriam ser realizados em hospitais gerais e por tempo determinado, quando fosse o caso de internação.
Para o tratamento de crises, mas sem indicação de internação, foram criados os CAPS (Centro de atenção Psicossocial) que são serviços do SUS especializados para saúde mental, que tem a premissa de cuidar em liberdade; outro serviço que pode ser acessado para o tratamento em saúde mental é a UBS, com tanto que o paciente não esteja em crise, neste local será realizado acompanhamento continuo e observação do quadro.
Por fim, destaco que a mudança no cenário da saúde mental, demonstrou que tratar transtornos mentais deve ser realizado em conjunto com a sociedade, utilizando estratégias coletivas (grupos, oficinas e inserção na comunidade), ou seja, a pessoa em sofrimento deve receber tratamento gratuito e inserido na sociedade como qualquer cidadão.

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