Faça por querer *Descubra o poder libertador de fazer o que você quiser
- Pra. Sara Adaís Müller |Pastora, Psicóloga Clínica
- 7 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Fazemos tantas coisas. Por dever. Por recomendação. Por obrigação. Por evitação. Por prudência. Por necessidade. Fazemos inúmeras coisas, por inúmeros motivos. E fazemos pouca coisa por querer fazer. Talvez sejamos ensinados demais a não alimentar o querer. Faz sentido! Sabemos o quanto podemos desejar coisas equivocadas ou perigosas. Quando se diz que alguém fez algo "por querer", o que vem à mente? Que fez algo ruim, e pior, fez de propósito! Ah, que terrível é alguém ter feito por querer!
Como pôde fazer intencionalmente?! O "fez por querer" dificilmente é usado em um contexto positivo. E assim, vamos assimilando que bom mesmo é que as vontades (independentemente de quais forem) não sejam atendidas. Entendemos o quanto os desejos podem se tornar arriscados e presumimos que nunca devemos ouvi-los. Caímos na armadilha! Reproduzimos apenas as obrigatoriedades. Pecado cruel cometemos contra nós mesmos! Somos dotados de “vontade”. Deus assim nos fez! E se Ele nos dá a capacidade, é para ser usada.
Use a sua vontade, ela pode ser boa. Não significa irresponsabilidade com os atos. Fazer sempre tudo o que se quer certamente nos afastaria muito de nossos objetivos de vida, e por vezes nos desviaria de nosso propósito. Honrar nossos compromissos é primordial. Todos nós já ouvimos a frase “a gente não faz só o que quer!”. Porém, se não houver prazer na vida, se não houver desejo de fazer absolutamente nada do que está em sua rotina, há algo de errado! Reveja suas prioridades. Há coisas importantes na vida que não estão na lista das obrigações.
Há alguns dias levei um mimo para uma amiga. Ela, feliz com o que recebeu, agradeceu. Depois olhou pra mim e perguntou: porque tu me trouxe isso? Respondi: porque eu quis!
Faça por querer - se isso é algo saudável. Nossa saúde mental depende de muitas variáveis para se manter em ordem. O excesso de atividades, a vida que perde o gosto, que se torna apenas reprodução de obrigatoriedades nos adoece. É necessário equilíbrio entre o dever e o ócio. Então, vez ou outra, permita-se fazer o que tem vontade. Tire uma folga. Vá a um passeio. Leve seu filho na pracinha. Faça um check-up para avaliar sua saúde sem estar doente. Use as taças que ficam de enfeite na prateleira. Abrace. Beije. Ligue, só porque quis ligar. Visite. Viaje. Ria muito, tanto, até doer o estômago. Ponha os pés em cima da cadeira. Bagunce. Coma um doce. Fale sobre. Faça, e faça sem necessidade. Faça algo de modo espontâneo, porque quis fazer. Faça, e faça por querer. É libertador!

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