Bolacha ou Biscoito?
- Anderson Zang |Líder no Estúdio do Corpo
- 7 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Este é um dilema de longa data e conhecido por muitos, mas que neste caso, pouco importa… A questão a ser refletida se dá pelas polêmicas vazias desenvolvidas ao longo do tempo em que a internet possibilitou fazer do ócio como uma atividade de grande valia para produções de baixa qualidade. O que quero dizer com isso?
Atualmente temos visto se levantarem diversos tipos de polêmicas, algumas muito válidas, outras nem tanto; porém, algumas com pior teor do que filme trash. Aqueles entretenimentos fúteis que servem unicamente para ocuparem nosso ócio, diante de um período no qual queremos realmente “fazer nada”, transformando-o, muitas vezes, em fontes de distúrbios equivocados. E qual seria o valor disso?
O que me preocupa é que muitas vezes essas polêmicas de entretenimentos vêm carregadas de meias verdades, que se fossem simplesmente mentiras não geram tanto estrago. Usando a polêmica do “Bolacha ou Biscoito”, quero criar um paralelo fútil diante da comparação escancarada como entretenimento. Afinal de contas ninguém deixou de comer o dito alimento por ser bolacha ou biscoito, assim como nenhuma criança que passava ou morria de fome começou a ser alimentada na busca da solução desta “polêmica”.
O que podemos perceber é que muitas polêmicas, principalmente diante da amplitude dos acessos e relações sócio-virtuais têm se originado de uma modinha em busca de seguidores e “likes”. E para isso vale de tudo, desde preconceituosos combatendo o preconceito, aos questionamentos de valores/conceitos insignificantes no desenvolvimento de caráter de uma sociedade cada vez mais doente. Diante do quadro sombrio no qual pessoas passam por problemas reais dos mais diversos, incluindo a morte, alguns ociosos de plantão criam polêmicas do tipo “Bolacha ou Biscoito” como uma filosofia a ser debatida de forma prioritária da necessidade social, despreocupados com os argumentos levantados, deixando a critério alheio o contraponto do desenvolvimento de um diálogo unilateral que normalmente se projeta assim: “Mas e o…”
Nem Narciso tinha tantos espelhos para se mirar…Porém, espelhos esses cobertos para que os mesmos não tenham que mentir, próprios diante do mundo doente que cada um reflete em si. Penso que polêmicas são válidas, principalmente quando elas transformam as pessoas positivamente - mas de forma prática e ativa.“Bolacha ou Biscoito” não altera em nada minha construção de caráter a não ser pela piada que venha a se desenrolar em um encontro com amigos e criar um momento de descontração hipotético… Polêmica de verdade te leva a questionar seu senso de justiça, sua participação social e muda sua forma de agir. As demais, polimerizadas em prol de modinhas não passam de entretenimento vazio, útil a uns e inútil a outros. Mas, a validade efetiva delas, bem… isso, o tempo mostrará o quão relevante foram ou não passaram de filosofia fútil para o entretenimento do próprio ócio contemporâneo!

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