Ser cristão me tornou melhor?
- Anderson Zang|Líder do Estúdio do Corpo
- 11 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Diante da atual situação na qual nos encontramos, temos vivenciado muitas coisas, e talvez dentre elas as que mais se destacam seja a angústia, o medo, as incertezas e a falta de referências verdadeiras, principalmente quanto a informações. Mas o que não podemos deixar de viver é o que há de mais forte em cada um de nós, ou seja, a nova vida que recebemos após aceitar Cristo como nosso Senhor e Salvador em nossa declaração pública de fé. De certa forma, muitos esperam por "mágica" a partir deste momento, mas ela não vêm…
Lembro que eu tinha uma ideia de que entraria em um mundo perfeito, em uma realidade idealizada a partir de expectativas pessoais. Porém, as expectativas foram palcos de decepções, e o que aprendi com isso é o que me fortalece diante das adversidades. Não saberia definir uma ordem para o aprendizado desenvolvido, pois acredito que tudo foi ocorrendo simultaneamente e, conforme minha capacidade de compreensão, foi se estabelecendo - e isso não invalida a ordem aqui proposta dos aprendizados.
Todas as expectativas que criei de alguma forma foram frustradas e com isso aprendi que talvez toda frustração se origina nas nossas expectativas, onde colocamos nossos ideais humanos. Normalmente impedimos Deus de atuar como Deus, e acabamos tentando ensinar ou mesmo orientar o que Ele deve, ou deveria estar fazendo. Avaliava muitas coisas, principalmente o comportamento das pessoas e analisava sobre o quanto aquilo era ou não uma forma cristã de se portar e viver.
Foram muitas as vezes que pensei o quanto algumas pessoas estavam equivocadas, mas me surpreendi muito mais ao perceber isso tudo dentro do nosso "mundo" cristão, ou melhor, dentro do mundo que havia idealizado. Fiquei impressionado e, ao mesmo tempo, assustado, o que me levou a olhar para dentro de mim mesmo perceber o quanto eu estava esperando que as outras pessoas se adequassem as minhas expectativas e se moldasse ao mundo idealizado que havia criado. Ser cristãos me torna melhor?
Encontrei em minha frustração a resposta de minha própria fragilidade e dependência em Deus, pois percebi que o que eu estava fazendo era julgar o próximo, quando deveria ajudar ele. Deveria ser suporte em amor a todos e em especial a cada um que me decepcionava. Ter me convertido, não me tornou melhor do que ninguém, mas acredito que mais responsável pelo próximo, mais sensível e desperto para atuar nas necessidades e buscar ser solução onde fosse necessário. Pude perceber aos poucos o quanto somos frágeis e suscetíveis a erros, dos mais simples aos mais complexos.
Então se converter não fez diferença? Claro que fez, me aproximou de Deus, e da busca pelo que é certo, tendo Cristo como modelo de vida. É essa diferença que nos torna mais responsável pelo nosso próximo, pois perdoar, amar e cuidar passa a ser nossa missão de reconciliá-los com Deus.
Porém, isto não nos impede de errar. Talvez até nos torne mais vulneráveis nesse quesito, pois temos mais responsabilidades, e a luta que talvez antes não existia por cedermos aos prazeres da carne como um troféu, hoje aumenta a cada instante que me aproximo mais do caráter de Cristo. Sendo assim, não me tornei melhor ou vivo em um mundo melhor por me tornar cristão, mas Cristo me refaz melhor a cada momento em que rege minha vida de forma plena e íntegra, e assim posso contribuir manifestando o Reino de Deus aqui na terra, fazendo dela um lugar melhor para todos.

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