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“O homem nu”

Não fui à exposição. Não vi as fotos e nem mesmo tenho informações suficientes para emitir qualquer parecer sobre o valor artístico do “homem nu”. No entanto, fui “bombardeado” nas redes sociais com um tipo de “surto coletivo” acerca do tema.


Enquanto o “homem nu” ocupou o imaginário de milhões de brasileiros e brasileiras a exposição das obras de instituições despudoradas e políticos desavergonhados pareceu-me já não escandalizar na mesma proporção. A exposição está no horário inapropriado para menores de idade, tornou-se normal no horário nobre e a plebe não dá sinais de indignação mobilizadora.

Os homens do poder expõem suas discrepâncias éticas sem nenhum pudor. A justiça confirma, a conhecida verdade, que a moral e os bons costumes já foram “deflorados” a muito tempo. O “homem nu” despertou uma espécie de “vergonha nacional”.


Esconder as partes “vergonhosas” seria a saída para a crise institucional?


O tom dos discursos proferidos pelos defensores da moral e dos bons costumes contra o “homem nu” não se reproduziu em pronunciamentos acerca de outros temas que violentam a família brasileira. Sou tentado a pensar que o “homem nu” mexeu com o inconsciente coletivo da nação e que ele poderia ser aceito como bode expiatório para saciar o desejo do apedrejamento da classe política.


A vergonha nacional não poderá ser coberta pelos discursos falso-moralistas da direita e nem exorcizada pela retórica despudorada da esquerda festiva. Faz-se necessário encaramos os fatos como eles são e escancarar os atos vergonhosos que ocorrem nos bastidores do poder diante dos holofotes do estado democrático de direito.


O país não está apenas nu, está envergonhado.


Quem sabe consigamos avançar do “surto” dos discursos para a prática transformadora do povo nas ruas. A nudez não é o problema, as vestimentas da hipocrisia sim.


Luiz Corrêa

Filósofo/Logoterapeuta | AFM International | (Brazil-Africa Connection) Office in Brazil

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