HOMO DEUS
- Pr. Jonas Luiz Souza | Teólogo
- 6 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Jurgen Moltmann, um Teólogo alemão, nos diz que somos ou levamos dentro de nós um “monstro que mata”. Ele está representado pelo desejo de ser Deus, ou seja, a autodivinização, o ser adorado por outros, a busca incessante pelo poder, controle e autossuficiência. Esta foi a proposta inicial da serpente, aceita pelo primeiro casal no Éden (Gn 3.4-5).
Yuval Harari, historiador da Universidade Hebraica de Jerusalém, autor do livro que dá título a esta reflexão, diz que “o humanismo, como uma nova religião, depois de já ter vencido todas as coisas, coloca o homem no centro da vida; E como faz parte da natureza humana querer sempre mais, a evolução tecnológica não vai parar até atingirmos a imortalidade, a felicidade e a divindade”. Isto é o retrato “ipsis literis” da continuada aceitação da proposta inicial da serpente ao velho Adão.
Jesus não atuou como Adão, mas sim como o Messias crucificado. A imagem de Deus, vendida pela serpente, e que Adão representa como abuso de poder, conhecimento, independência e domínio sobre tudo, não é a de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O novo Adão, Jesus, para nos conduzir a Deus, abdica de tudo isto (Fp 2.6-8). A imagem que Jesus representa a desapropriação, esvaziamento, impotência, e auto entrega. É desta forma que se mata o monstro! A única força capaz de libertar-nos desta tendência a dominar e oprimir, é a imagem do conhecimento de Deus, em Jesus crucificado. Ele é a força de Deus, que renuncia ao poder e se faz impotente.
O Deus crucificado destrói o monstro. Deus que os homens querem converter-se, mata a todos os falsos Deuses. Por isto a cruz é o lugar da revelação de Deus: a maior demonstração de Jesus é precisamente a maior mostra de renúncia a esse poder, “pois, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz”.
Só Deus é capaz de tal alteração dos valores humanos. Abraçar a impotência e a vulnerabilidade é o modo de encontrar o poder de Deus, para quem quer seguir a Cristo. Homo Deus? Sim, um só, Jesus Cristo de Nazaré!






































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