Cristianismo Líquido
- Pr. Jonas Luiz Souza | Teólogo
- 6 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
O Sociólogo polonês Zygmunt Bauman define pós-modernismo como mundo líquido, marcado pelos excessos de liberdade. Ele nos apresenta quatro características básicas: desencanto da razão, pensamento fragilizado, individualismo e deslumbramento com uma permissiva liberdade isenta dos valores judaico-cristãos.
As consequências imediatas disso são: as alterações das relações sociais e do jeito de ser família; a proliferação e o crescimento de movimentos sociais de toda a ordem, com a imposição do cumprimento de suas agendas; e a inversão de valores e submissão ao politicamente correto.
Disso trata o livro do Eclesiastes – o pregador do mundo – quando um piedoso Salomão, saturado das vicissitudes e vaidades propostas por uma liberdade sem Deus, mostra todo o seu desencanto e compaixão com o “fracasso de um mundo que já escorria pelas mãos”, e a necessidade do retorno à verdadeira felicidade e liberdade com Deus.
Uma sociedade insaciável pelo efêmero, pelo passageiro, pela constante atividade, digitalizada, “instagrada”, zapeada e sempre em rede. Não há distinção entre o dia e a noite, a casa e o trabalho, o social e o virtual, sempre dependente da conectividade. O sólido tinha dimensões espaciais bem definidas, agora juntamente com os princípios cristãos, escorre como líquido, sem durabilidade e sem valores eternos.
Tudo isto não está restrito ao ambiente sociocultural em que vivemos, mas também as questões relativas a fé tem sido abaladas. O cristianismo líquido atesta um saber sem fundamentos, mergulhado em um pluralismo de formas, linguagens e adaptações, manifestas por seus próprios desejos.
O resultado de tudo isto é uma “geração que amaldiçoa seu pai e não bendiz a sua mãe” (Pv 30.11). Uma geração que não aceita padrões e nem ajustes, e cuja tendência é satisfazer suas próprias necessidades como critério pessoal para legitimar suas escolhas.
Vale a exortação do apóstolo Pedro diante da multidão na cosmopolita Jerusalém: “saiam enquanto podem! Saiam desta cultura doente e vazia”.
(At 2.42 – A Mensagem)

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