Os fundamentos da fé *O amor à igreja
- Pr. Jonas Luiz Souza | Teólogo
- 2 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
A fé que alcança resposta da parte de Deus precisa necessariamente vir de instruções da Palavra. Não pode jamais vir de sistemas de tradição, espiritualismo ou costumes gerados pela falsa religiosidade. A Igreja é o Corpo de Cristo, a embaixada dos céus aqui na terra.
Todas as coisas foram dadas por Cristo à Igreja (Ef 1.22). O poder contra o inferno foi dado à Igreja. Então, quanto mais unidos à Igreja, em harmonia, em propósito, como um organismo vivo, ativo; quanto mais ligados à Igreja, mais proteção divina teremos sobre nós, sobre nossas coisas, sobre nossa casa. Há pessoas que não querem compromisso com a Igreja, pensam que conhecem a Palavra, mas, sabendo que há problemas que a igreja enfrenta, optam por viver um cristianismo autônomo. Porém, quanto mais autonomia, mais desligados do Corpo estão, mais distantes da proteção dada à Igreja se encontram.
Não há resultado na pregação do evangelho se você não tem como acolher os que recebem a Palavra. A pregação do evangelho não é irresponsável! Para onde vão as vidas ganhas para Cristo? Elas precisam de cuidado, precisam de um redil onde o Senhor cuida do rebanho. A Igreja satisfaz uma das maiores necessidades do ser humano, a comunhão no Corpo! A Igreja faz com que o solitário viva em família (Sl 68.6).
O livro de Atos mostra uma sequência extraordinária onde as pessoas recebem o evangelho, arrependem-se, desligam-se do sistema religioso, são batizadas e são recebidas na Igreja, e logo assumem um compromisso apaixonado com a mesma.
Atos 2.42, registra o modo como este compromisso e paixão são desenvolvidos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Aqui é citado, entre outras coisas, 4 características que fizeram da Igreja de Jerusalém, uma Igreja Vencedora. “E perseveravam” - significa: a) ser constantemente diligente, b) estar em constante prontidão para servir c) aderir-se fortemente a alguém ou a um lugar, ser partidário fiel. Esta é a mesma palavra que Lucas, que escreveu o livro de Atos, utilizou para descrever as atividades dos discípulos depois da Ascenção de Jesus: “Todos perseveravam unânimes em oração (At 1.14).
“Na Doutrina dos apóstolos” (Didake) - instrução que é dada como aprendizado para ser praticado. Lucas sempre ligava a instrução com a ação. Atos começa dizendo que o que foi escrito, trata-se de tudo quanto Jesus fez e ensinou, ou seja a Didake dos apóstolos estava baseada primeiro na prática, na experiência, depois esta prática virava ensino, e não o contrário.
“E na Comunhão” (koinonia) - comunhão sempre inclui unidade humana compartilhada. A palavra é usada como compromisso de ambas as partes em um matrimônio. Denota ainda contribuição que demonstra compromisso e prova de comunhão, como uma oferta dada por todos. Refere-se ainda à uma relação mútua com Cristo, que nasce do chamado de Deus (I Co 1.9), e é sustentada pelo Espírito Santo (Fp 2.1). Comunhão não é ajuntamento, é compromisso mútuo de serviço.
“No partir do pão” - não é meramente uma refeição ou mesmo a Ceia do Senhor. Refere-se principalmente com a identificação das necessidade e o atendimento das mesmas. Lucas apresenta o partir do pão como sendo uma disciplina espiritual para satisfação das necessidades físicas.
E nas orações - sendo que ações de graça e a oração do Pai Nosso, junto com fortalecimento na fé e ousadia para comunicar o evangelho, estavam na pauta diária. A Igreja que Lucas apresenta no livro de Atos é uma Igreja sempre pronta a servir, tendo como base a didática, a instrução da Palavra à partir da prática, para que fosse replicada em cada novo discípulo, por meio da comunhão, evidenciada no compromisso de cada membro, através da identificação e atendimento das necessidades, tudo isto regado a oração com entendimento, pois sabiam o que deviam fazer e sobre isto oravam.
De tudo o que precisamos reconquistar neste Ano de Reconquistas, o amor à Igreja deve ser a primeira prioridade. Uma Igreja apaixonada cumprirá todo o propósito de Deus. E o resto? O resto vem como acréscimo!

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